quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Queda de braço na Uern

 Docentes rejeitam proposta feita pelo governo do estado e paralisação chega ao 87º dia

Os professores da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern) decidiram ontem, em assembleia realizada em Mossoró, pela continuidade do movimento grevista que chega hoje ao 87º dia de paralisação. Os docentes novamente rejeitaram a proposta encaminhada pelo governo, mesmo sob ameaça da Procuradoria Geral do Estado (PGE) de entrar com pedido de ilegalidade na Justiça. Entretanto, a governadora Rosalba Ciarlini afirmou que não existe possibilidade do governo conceder reajuste superior ao apresentado à Associação de Docentes da Uern (Aduern).

A categoria apela para o bom senso do Governo do Estado em retomar as negociações e planeja uma ofensiva do movimento com tuitaço e paralisação da área de pesquisa da universidade, que ainda está funcionando. Mas a governadora já avisou: "estamos no limite. A proposta já foi apresentada e não há como ser diferente", disse Rosalba Ciarlini.

Segundo ela, a paralisação das atividades docentes causa um prejuízo deR$ 45 milhões ao Governo e à sociedade potiguar. "Os professores estão em greve, mas a folha de pagamento continua em dia. Um prejuízo de R$ 45 milhões, sem dúvida, já que as atividades acadêmicas estão paralisadas". O custo da universidade para os cofres do estado chegaria a R$ 500 mil diários. "Trata-se de um investimento e já afirmei isso, mas não deixa de ser um custo, pois é preciso constar no orçamento", disse.

A proposta do governo é de pagar o reajuste reivindicado pelos servidores de 23,98% em três vezes, a partir de abril e dividido em três anos. No acumulado das parcelas o reajuste seria de 27,7%. Como esse percentual se refere a 2011, os professores querem a inflação em cima desses percentuais propostos.

De acordo com Neto Vale, vice-presidente da Aduern, a explicação do governo de que é possível assumir compromisso com inflação futura não é convincente porque a inflação de 2010 já é real e a partir desse dado pode-se fazer cálculos. "O importante é manter o canal de negociação sobre essas mudanças no processo futuro, porque o governo tem que entender que se aceitarmos o que está propondo a perspectiva de defasagem é muito grande", disse ele.

Sobre a intenção do governo em pedir a ilegalidade da greve, Neto Vale diz que Justiça não é o melhor caminho e que essa é uma postura arrogante. "Se o governo cortar o processo de diálogo pode trazer consequências negativas para toda gestão".

Com a greve, 1.100 professores paralisaram as atividades em cinco campi no Rio Grande do Norte - Pau dos Ferros, Patu, Mossoró, Assú, Caicó e Natal, além de 11 núcleos com cursos isolados, totalizando 17 municípios contemplados com cursos pela Uern.

Greve no IFRN
Os professores e servidores técnicos administrativos do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) realizam assembleia hoje, às 9h, no campus central, para discutir os rumos da greve que chega ao 8º dia deixando cerca de 14 mil alunos sem aulas nos campi do estado. Como o movimento é nacional, já são 59 secções paralisadas em 216 campi de 21 estados do país.Nacionalmente, a greve já conta com 26 dias. No RN, todos os campi aderiram, o último foi Caicó que paralisou anteontem. Até agora os dirigentes sindicais não foram recebidos pelo ministro do Planejamento que tem afirmado não se reunir com servidores

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