quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Três adolescentes são executados em São Gonçalo

Dois deles estavam desaparecidos desde a noite de sábado. Polícia suspeita de dívida com o tráfico
A cena foi impressionante até para o coveiro Raimundo Cirino da Silva: três jovens foram encontrados mortos a tiros junto ao muro externo do cemitério municipal de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, por volta das 8h de ontem. Dois deles foram identificados por familiares ainda no local e estavam desaparecidos desde a noite do último sábado. A suspeita da Polícia é que os garotos tenham sido executados devido a dívidas com traficantes de drogas.


Vítimas foram mortas com tiros na cabeça e corpos já apresentavam sinais de decomposição Foto: Paulo de Sousa/DN/D.A Press
Raimundo Cirino conta que caminhava pelo cemitério no início do expediente ontem, quando sentiu o mau cheiro próximo ao muro. "Imaginei que algum animal morto pudesse estar ali, então resolvi olhar. Tomei um susto ao ver que era gente morta e liguei para a Polícia". O coveiro, que há 10 trabalha nessa função, diz que jamais viu algo igual ou esperava presenciar algo semelhante. Os corpos dos garotos estavam um por cima do outro e já apresentavam certo grau de decomposição. Cada um foi encontrado com um tiro na cabeça.

Com a presença de familiares no local do crime, dois deles foram identificados como sendo Felipe Afonso de Oliveira, 12 anos, e Felipe Pereira da Silva, 16. Segundo o tio desse último, o servente Marcone Avelino da Silva, 32, seu sobrinho saiu de casa por volta das 21h do sábado, com destino a uma festa que houve no bairro de Novo São Gonçalo (o mesmo em que se localiza o cemitério) e não mais voltou. Ele não imagina o que possa ter provocado a morte do sobrinho. "Nunca ouvi falar que ele tivesse envolvimento com drogas ou alguma rixa".

Já a mãe de Felipe Afonso, a dona de casa Selma Afonso de Oliveira, 44 anos, admite que o seu filho era usuário de entorpecentes. "Desde que passamos a morar aqui [bairro de Novo São Gonçalo], meu filho tem se envolvido com gente que não presta e acabou se viciando", lamenta.

O delegado Jorge Lobo, interino na delegacia do município, acredita se tratar de uma execução ligada ao narcotráfico. "Geralmente é o que acontece: o jovem compra a droga, não paga e o traficante manda matar". Informações colhidas por policiais no local do crime dão conta que os três adolescentes foram vistos na festa em que estavam consumindo drogas. Os três corpos foram recolhidos para a sede do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), um deles ainda sem identificação.

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