Foto registrada no Ano de 1994
Foto Registrada no Ano de 2012
Hoje quem mora nesta casa é nosso amigo também que tem uma História ampla que chama-se Jacildo do Bar, eita nós tempo bom que não volta, comprei muitos confeitos no estabelecimento
O direito ao voto feminino começou pelo Rio Grande do Norte. Em 1927, o Estado se tornou o primeiro do país a permitir que as mulheres votassem nas eleições. Naquele mesmo ano, a professora Celina Guimarães --de Mossoró (RN) se tornou a primeira brasileira a fazer o alistamento eleitoral. A conquista regional desse direito beneficiou a luta feminina da expansão do "voto de saias" para todo o País.
Um pouco da História de Alzira Soriano
Luíza Alzira Teixeira Soriano nasceu em Jardim de Angicos (RN), no dia 29 de abril de 1896. Foi a primeira mulher a assumir um cargo de prefeito no Brasil, incluindo a América Latina.
A sua história política nasce da herança de seu pai, o coronel Miguel Teixeira de Vasconcelos, prestigioso político do velho Jardim. As principais reuniões políticas da região se realizavam na sua fazenda Primavera, em Jardim de Angicos. Numa delas, ocorrida no início de 1928, onde estavam presente, além de lideranças, o governador do Estado Juvenal Lamartine e a líder feminista brasileira Bertha Lutz, a qual ficou impressionada com a desenvoltura de Alzira Soriano.
Em meados de 1928, Berta Lutz volta ao Rio Grande do Norte para discutir com ele a questão da inclusão da mulher na política do Estado. Na ocasião, lembra-se de Alzira e fala ao governador Juvenal Lamartine: “É certamente Alzira, a mulher a que procuramos. Convide-a para disputar a prefeitura de Lajes e teremos a primeira mulher empossada num cargo eletivo no Brasil”. Ela aceitou e foi eleita.
Em 25 de dezembro de 1930, Alzira Soriano foi deposta do cargo de prefeito pela revolução daquele ano, quando, em 3 de outubro, Getúlio Vargas, por decreto, dissolve as Câmaras Municipais e nomeia novos administradores para cada município. Com a redemocratização, em 1947, ela volta à política, desta como vereadora por duas legislaturas.
O que mais é admirável não é Alzira Soriano ter conseguido se eleger como a primeira mulher prefeita na América Latina: isso dependeu da vontade do povo. Mas sim, a coragem, a luta, a determinação para vencer os preconceitos de sua época, rompendo uma barreira quase intransponível entre o poder do homem e da mulher. Vivia ela em um período que a mulher era privada de todos os seus direitos entre os quais o de votar e ser votada. Essa corajosa e admirável mulher foi uma das precursoras do desenvolvimento isonômico do direito da mulher. Em sua terra deixou o seu exemplo de lutas e vitórias. Faleceu em 28 de maio de 1963, deixando um grande legado para Jardim de Angicos. Sua maior influência política está ligada à cidade de Lajes, saldo da transferência da sede administrativa do antigo município em que ela nasceu.
Alzira Soriano casou-se em abril de 1914. Teve quatro filhas: Sônia, Ismênia, Maria do Céu que faleceu antes de completar um mês, e Ivonilde que reside na casa que sua mãe nasceu. Seu esposo, Dr. Soriano, bacharelou-se em direito em 1908, no Recife (PE), e em 1912 era promotor na comarca de Ceará-Mirim.
No período, Jardim de Angicos era Termo daquela Comarca, sendo ele destacado para este município. No ano seguinte, estava de volta à sede da Comarca. Faleceu em janeiro de 1919, deixando Alzira com suas filhas que as criou com seu próprio suor.
Elas se casaram: Sônia Soriano com Antônio Mota, natural do estado de Alagoas, nasceram Ricardo Antônio e Marco Antônio Mota; Ismênia se casou com Rui Lago e nasceu José Lago que foi jornalista, Thomaz Soriano Neto e Rui Lago Filho.
Na casa em que Alzira Soriano nasceu há boa parte de seus objetos, mantidos aos cuidados de sua filha Ivonilde Soriano de Sousa. Dona Ivonilde tem sido um grande exemplo para nós jardim angicanenses, na luta e preservação de um patrimônio que os poderes constituídos de Jardim de Angicos pouco ou nada fazem para preservar. Era sonho dela, transformar aquela casa em um memorial, como meio de preservar aquele patrimônio e promover o desenvolvimento cultural de Jardim de Angicos. Tem lutado muito, pedido muito e só teve promessas. Em 8 de março de 2001, aquela casa foi tombada através da portaria Nº. 302/2001–GS/SECD, como Patrimônio Cultural do Estado, por ela doada.
Dona Ivonilde mantém o memorial de sua mãe a sua expensas.
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